Deve ser resultado de extensivo estudo de mercado que levou o canal SIC Internacional Africa a abandonar a emissão aberta dos tradicionais televisores para se transferir para o “streaming”, distribuição digital através da internet.
As grandes produções cinematográficas estão passar ao lado dos canais de distribuição tradicionais para seguir o exemplo da Netflix e da Showmax, para exibir em primeira mão e em exclusivo as películas anteriormente divulgadas por Hollywood.
O sistema de visão através da internet tem claras vantagens de armazenamento e acesso ilimitado ao conteúdo , a qualquer hora a tudo o que uma emissora de televisão produz de dia ou de noite.
A SIC Internacional decidiu “optar” pelo mesmo caminho interdigital esquecendo uma substancial percentagem de telespectadores de África.
Para ter acesso e esse tipo de emissão será necessário ter o equipamento adequado para lidar com tecnologia Wi-Fi , o que não acontece com a maioria dos espectadores África de língua portuguesa, que dum momento para o outro deixaram de ver o canal SIC Internacional.

Já tínhamos afirmado anteriormente nestas colunas vamente da RTPque os canais internacionais da RTP e da SIC prestam um inestimável serviço de divulgação da língua portuguesa no estrangeiro, quer para a comunidade emigrante, quer para os países de língua oficial portuguesa.
A contribuição da RTP e da SIC tem sido muito mais valiosa para o prestígio internacional do idioma de Fernando Pessoa e de Júlio Diniz, do que milhares de dólares gastos em iniciativas eruditas e elitistas promovidas pelo Instituto Camões.
Mesmo assim, dum momento para o outro os emigrantes portugueses os seus irmãos do PALOPs de África ficaram literalmente as escuras, se não possuem computadores e acesso à ‘internet’.
Terão ainda que desembolsar uns euros para pagar acesso ao novo canal privado da SIC Internacional.
Resta desejar que a RTP não siga pelo mesmo caminho e que continue a apoiar a língua portuguesa para estas bandas de África.